Hospitais de SC relatam escassez de medicamentos do 'kit intubação'
Associação de Hospitais de Santa Catarina enviou documento ao governo nesta sexta-feira afirmando que é eminente a possibilidade de falta de remédios
A Associação de Hospitais de Santa Catarina (AHESC) enviou um documento ao governo estadual nesta sexta-feira (12) afirmando que é eminente a possibilidade de falta de medicamentos nas unidades de saúde catarinenses, incluindo os usados para tratar sintomas de pacientes com a Covid-19 e também os chamados "kit intubação", utilizados nos casos graves da doença. Segundo a entidade, hospitais e clínicas têm estoque insuficiente e enfrentam também dificuldade de encontrar os remédios no mercado, além de alto custo dos insumos.
Já o Estado afirma que "não há falta de medicamentos do kit intubação", mas reconhece "risco de desabastecimento de itens importantes".
Na quinta-feira (11) o Hospital Governador Celso Ramos (HGCR), em Florianópolis, encaminhou um ofício ao governo afirmando estar em alerta máximo e preocupado com a falta de alguns fármacos utilizados para intubação e sedação de pacientes. Os hospitais Nereu Ramos, na capital, e o Tereza Ramos, em Lages, na Serra catarinense, também se manifestaram e pediram ajuda ao governo.
Além da dificuldade para encontrar medicamentos adequados para tratar os sintomas e casos graves de pacientes com a Covid, os hospitais catarinenses estão cheios, com ocupação superior a 96% há dias. Há 387 pacientes na lista de espera por um leito de UTI Covid e 85 morreram antes de conseguir uma vaga, de acordo com levantamento feito pelo G1.
Até quinta (11), 717.454 pessoas foram diagnosticadas com o coronavírus e 8.377 delas morreram, segundo o boletim do governo do estado.
O Espírito Santo receberia até 16 pacientes catarinenses com Covid-19, mas com o aumento da ocupação naquele estado, o governo de Santa Catarina finalizou as transferências. Cinco foram levadas do Oeste para estado capixaba, sendo que quatro seguem em tratamento e um morreu.
No documento da AHESC sobre a falta de remédios, foi solicitado um encontro com o governo para tratar o caso. Segundo a entidade, existe a ciência de que a responsabilidade da aquisição de medicamentos é dos hospitais e clínicas. Porém, com a dificuldade, é necessário auxílio do estado.
"Devido à gravidade do momento e da disponibilidade do atual estoque, é insuficiente para o atendimento aos pacientes Covid e também as demais enfermidades, precisamos que o governo do estado atue, para regularizar esta situação", disse a entidade.
Em Ituporanga, no Vale do Itajaí, o diretor do Hospital Bom Jesus Daniel Ribas dos Santos afirmou que a unidade está com a capacidade de atendimento saturada por conta do aumento de pacientes e poucos remédios. Além disso, os preços dos medicamentos estão cada vez mais altos.
"Está difícil de encontrar medicamentos no mercado, com os fornecedores. Quando se encontra, o preço já está sendo pra muito mais elevado do que o praticado", disse.
O que diz o governo
Em nota, o estado afirmou que por causa do aumento da demanda nacional os medicamentos estão escassos. Em março, segundo a Secretária de Estado da Saúde (SES), o consumo dos hospitais dobrou em alguns remédios.
A SES afirmou que há estoque do "kit intubação". Porém, o estado vivencia risco de desabastecimento de itens importante. O governo informou ainda que o Ministério da Saúde vai enviar insumos nos próximos dias. Em fevereiro, o governo catarinense já havia solicitado apoio ao órgão federal.
Fonte: G1 | Foto: Divulgação