Geral

Biólogo descobre 17 surpreendentes espécies de peixes em rios de SC

Três delas foram descobertas no Rio Chapecó, no município de Abelardo Luz, no Oeste do Estado

Foto: Reprodução

Uma pesquisa inovadora descobriu 17 novas espécies de peixes em rios de Santa Catarina. De autoria do biólogo catarinense Caio Feltrin, em parceria com cientistas da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), as descobertas representam um marco na ciência e no estudo de peixes.

Todas as novas espécies já foram validadas em artigos científicos, publicados em periódicos internacionais, como nos museus de história natural de Berlim, Paris, Barcelona, etc..

Feltrin mora em Siderópolis, no Sul do Estado, mas se dedica há aproximadamente 12 anos ao estudo de peixes de água doce. Ele já percorreu grande parte dos municípios catarinenses e, em suas pesquisas, descobriu uma megadiversidade totalmente desconhecida de pequenos bagres chamados de Cambévas, que são peixes de pequeno porte que vivem em meio às pedras nos fundos dos rios e riachos da Mata Atlântica.

O início dos estudos

O biólogo trabalha estudando peixes em áreas que serão potencialmente degradadas para construção de diferentes tipos de empreendimentos. E foi em meio a esses estudos que fez as primeiras descobertas de novas espécies em meados de 2014 e 2015.

No Oeste de Santa Catarina, na região da Grande Chapecó, os principais estudos se deram para fins de licenciamentos de barragens hidrelétricas, cuja região é bem propícia para esta fonte energética. Mas foi no ano de 2019 que as primeiras espécies coletadas começaram a ser diagnosticadas como novas, em meio a uma coleção já de grande importância que o biólogo construiu no Laboratório de Peixes da UFRJ.

Com esse marco, Feltrin passou também a investir em expedições por conta própria em regiões pouco estudadas em Santa Catarina, também fazendo achados de grande relevância.Uma das regiões mais importantes desta trajetória, sem dúvidas é o médio setor do rio Chapecó, em Abelardo Luz, aonde o biólogo descobriu três novas espécies em um território super pequeno, ou seja, em locais próximos entre si.

Tratam-se de pequenos riachos tributários do médio rio Chapecó. Por conta desta diversidade até então desconhecida, bem como a importância deste território na pesquisa e conservação de peixes, os autores nomearam as espécies de Cambeva alphabelardense, Cambeva betabelardense e Cambeva gamabelardense.

“Uma forma de valorizar o nome do território de Abelardo Luz como uma região de um centro de endemismo icônico em Santa Catarina, explica Feltrin.

O biólogo ressalta que todas as espécies descobertas surgiram há milhares de anos, contudo só agora foram devidamente estudadas, graças a toda a dedicação envolvida, bem como o crescimento exponencial no conhecimento dos seus habitats, o que tem facilitado os encontros e as intuições na hora da leitura de mapas e criação de expedições científicas pelo Estado. Todas elas são consideradas endêmicas, ou seja, conhecidas para pequenas áreas de distribuição.


ACESSE TAMBÉM:

>> Homens são presos por descumprimento de medidas protetivas em Chapecó

>> Buracos na BR-282: motorista quase invade casa para evitar acidente, em Ponte Serrada


“Não é coisa de agora. Todas as espécies que descobri, já evoluíram há muito tempo. Faltava era estudo.”

O cientista reforça que os estudos sobre as Cambévas no Oeste catarinense só estão começando. Feltrin já passou por boa parte dos municípios do Extremo Oeste, como Santa Helena, Tunápolis, Mondaí, Itapiranga, Anchieta, Romelândia, Santa Terezinha do Progresso, São José do Cedro, entre outros, e com isso já somam-se mais três espécies novas em processo de descrição.

Fonte: ND+


 
Voltar

Precisamos utilizar cookies para coletar informações sobre sua navegação em nosso site e melhorar sua experiência. Visite nossa Página de Cookies para mais informações. Você aceita o uso de cookies?

Acompanhe nas redes